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Cooperativa: modelo de sustentabilidade

By 31 de julho de 2014janeiro 12th, 2024No Comments

Por Edivaldo Del Grande

As cooperativas vêm cumprindo papel de vanguarda no atual panorama econômico mundial. Os mercados, em todas as partes do mundo, seguem a regra da competição desenfreada, muitas vezes provocando o naufrágio de sonhos e perspectivas de pessoas e empresas. Por outro lado, a essência do cooperativismo rompe com os atuais paradigmas para se colocar como alternativa indispensável ao desenvolvimento com sustentabilidade. A força das cooperativas, presente em mais de 100 países e agregando uma população superior a 1 bilhão de pessoas, mostra a possibilidade de construir uma sociedade com melhor distribuição de renda e maior justiça social.

“As cooperativas conquistam o desenvolvimento sustentável para todos” foi o tema escolhido pela Aliança Cooperativa Internacional (ACI) para comemorar este ano, no primeiro sábado de julho, o Dia Internacional do Cooperativismo. O tema é um dos mais apropriados para o momento e reflete a preocupação do movimento cooperativista, fundamentado na necessidade de garantir de maneira sustentável as condições de vida de seus cooperados e, por conseguinte, das comunidades onde eles vivem.

A palavra sustentabilidade tem sido aplicada das mais variadas formas. Mas, de maneira geral, o conceito evoluiu para designar a integração das dimensões ambiental, econômica e social de um lugar. Mais uma vez, temos nessa visão o cooperativismo como precursor da sustentabilidade moderna, que coloca as necessidades humanas em seu centro, e é capaz de responder às crises atuais.

Um estudo encomendado pela ACI, apresentado em novembro de 2013 em sua conferência na Cidade do Cabo, concluiu que as cooperativas incorporam a sustentabilidade em seu modelo operacional. O relatório serviu de base para que a Organização das Nações Unidas (ONU) apelasse aos governos do mundo todo a promover e facilitar o desenvolvimento de cooperativas.

No Brasil, já ficou provado que a presença de cooperativas em uma determinada região faz toda a diferença no seu desenvolvimento. Segundo um estudo da Universidade de São Paulo (USP), os municípios que contam com a atuação de cooperativas têm melhor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). É simples: as cooperativas não concentram capital. A renda obtida, que é distribuída a seus cooperados de maneira proporcional à participação ou trabalho de cada um, movimenta a economia da localidade e atrai investimentos em saúde, educação, transporte, moradia, comércio, lazer, etc.

Fazemos a diferença. Mas o movimento cooperativista ainda tem muitos desafios para avançar no Brasil. Somos 5% da população, enquanto em países mais desenvolvidos a parcela de cooperados ultrapassa os 50%. As autoridades brasileiras ainda não compreenderam direito a importância das cooperativas. O cooperativismo é um instrumento essencial para qualquer governo. Representa a real possibilidade de equilíbrio de forças entre os diversos atores econômicos e contribui para o crescimento sustentável das comunidades.

(*) Edivaldo Del Grande é presidente da Organização das Cooperativas do Estado de São Paulo (Ocesp) e do Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo no Estado de São Paulo (Sescoop/SP)