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Futuro sustentável

By 10 de julho de 2016janeiro 12th, 2024No Comments

por Cláudio Zambello, cirurgião-dentista, presidente da cooperativa Uniodonto e da cooperativa de crédito Credsaúde

    Lembrado em 3 de julho, o 94º. Dia Internacional do Cooperativismo nos impõe uma discussão que atravessa os tempos. “Cooperativas: o poder de agir para um futuro sustentável” é o lema escolhido em conjunto pela Organização das Nações Unidas (ONU) e Aliança Cooperativa Internacional (ACI). Este fitar para o futuro buscando na consolidação sustentável da sociedade é um anseio antigo das cooperativas, renovando-se com mais fervor a partir deste novo milênio.

Para isso ocorreu a globalização, a união da língua, das moedas e o livre trânsito de pessoas em espaços geográficos como o Mercosul, o Nafta e a Comunidade Econômica Europeia. Com a saída do Reino Unido da CEE tem-se o desafio: manter a união como forma de todos trabalharem num senso comum e numa única direção.

No cooperativismo, o centro de atenção é o cooperado. A sustentabilidade econômica e a preocupação com o desenvolvimento prático de políticas de responsabilidade social não ficam estampadas apenas no site das cooperativas ou no mural dos funcionários. A prática é feita desde que o cooperativismo foi fundado em 1844, na Inglaterra (olha aí esse país de novo!), ensinando ao mundo que o trabalho feito por um corpo de trabalhadores (ou cooperados) é dividido entre todos, ao contrário do que o capitalismo prega: a mais valia, na qual o produto ou o trabalho predomina diante do trabalhador ou do esforço dele.

O cooperativismo é uma linha antagônica do pensamento mercantilista. No cooperativismo, ganha o produtor rural, ganha o distribuidor dos alimentos, ganha o prestador de serviços e, o melhor, a sobra (conhecida por lucro no capitalismo) é rateada entre todos os membros. No mercado usual não é bem assim. O dono de um negócio é quem lucra com o ganho e as sobras e dividendos são destinadas única e exclusivamente a ele ou ao corpo societário da empresa.

Além disso, o cooperativismo prega virtudes como a eliminação dos intermediários, estabelece preço justo que muitas vezes baliza o mercado, abolindo conflitos. Existem políticas praticadas ao longo destes 172 anos de criação do cooperativismo que passaram a ser incorporadas pelas empresas como a participação nos lucros e resultados.

Quando cria-se o tema “agir para um futuro sustentável”, a ONU procura que cooperativas e todo o mercado mundial se preparem para que, em 2030, estejam delineadas ações para uma Agenda Sustentável organizada pela própria entidade. Serão propostos 17 objetivos para que as cooperativas ajudem a erradicar a pobreza, combater as mudanças climáticas, melhorar a qualidade de vida e criar políticas de inclusão social. Isso tudo a ser desenvolvido ao longo dos próximos 14 anos.

A caminhada é árdua, mas não impossível, ao vermos que os cooperativistas somam mais de 1 bilhão de pessoas no planeta lutando por princípios como educação, intercooperação e pelo interesse na comunidade. Utilizando valores como a igualdade, solidariedade, honestidade e transparência, estas pessoas chegam longe.